domingo, 3 de novembro de 2013

NÓS

Aquele momento em que tudo fez sentido pra você, pelo simples fato do seu sorriso refletido em meu olhar, fechou todos os elos. Será sempre presente em nós.
Fez você inteiro pra você e pra mim.
E se perguntarem se ainda te quero,
responderei que te quero sempre... mas te posso nunca.
E que ainda somos NÓS.

tempo contado

Consumidos pela rotina contabilizada
amanhecemos sem rezar
e dormimos sem querer.
Entorpecidos nos compromissos afogantes
não investimos nosso precioso tempo
na simplicidade essencial à real percepção da magia de viver.

E na hora de acertar as contas,
quando o preço sair caro,
sentiremos mais falta do que não fomos.

domingo, 27 de outubro de 2013

flores caídas

Pedi pra ventania da manhã varrer minha saudade,
mas ela coloriu em flores caídas!!
E eu não chorei.

domingo, 15 de setembro de 2013

A Cura Emocional Sentimental

Se há um sentimento que permeia a alma do ser humano, este é o da culpa. São tão diversas as situações que passamos. Decisões difíceis de serem tomadas. Todo o tempo em nossas vidas somos obrigados a decidir em várias questões. E o homem, com seus sentimentos mal resolvidos, com seus preconceitos e conceitos mal concebidos. Muitas vezes com orgulho, falta o conhecimento de causa para decidir e fazer o que seria melhor. Por muitas vezes erramos, e algumas vezes erramos gravemente! Ainda assim, o amor de Deus nos oferece a compaixão e a misericórdia. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda injustiça" (1 João 1:9). E nos diz mais ainda: "ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a branca lã" Isaías 1:18 abraço A Força do Perdão. Marcas Difíceis de se Apagar Ao confiar em alguém, ao contar os nossos segredos, compartilhar nossos sonhos, revelar os nossos planos, e quase que sem perceber, começa o curso de uma dolorosa traição. A simplicidade de espírito, o coração desarmado, a fé na boa vontade do outro, nos impede de olhar e ver a realidade à nossa frente. Nesses momentos, muitos amigos simplesmente desaparecem. E fica no peito, uma voz sufocada, clamando por socorro, sem entender "o porque". Como que uma marca, uma cicatriz difícil de ser apagada. O Perdão Conduz à Cura Sentimental Com a dor e tristeza no fundo da alma, qual a solução? Que caminho seguir? "Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte;" 1 Pedro 5:6 O senhor nos ensina que se há um caminho a tomar, esse é o do perdão. Perdoe a todos, perdoe, simplesmente perdoe. Deus não se deixara escarnecer, ele cuida da sua palavra. Veja que Jó no pior momento de sua vida, abandonado e acusado por seus amigos, foi restaurado através do perdão. "E o SENHOR virou o cativeiro de Jó, quando orava pelos seus amigos; e o SENHOR acrescentou, em dobro, a tudo quanto Jó antes possuía." Jó 42:10 O perdão tem o poder de consolar e traz alívio à alma. Não permita que a mágoa domine seu ser. Creia em Deus, peça a Jesus. Recomece perdoando e sendo perdoado. Reconciliação é a palavra chave.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Porque será?

Não atribua a mim suas culpas
porque também me rasgo em meus pecados
pelas calçadas que parecem me tragar
enquanto meus passos gritam.

Não sou o que você esperava
mas nem o que eu queria.

Suas mãos nunca me tocaram
porque você fantasiou minha alma
pra ser teatralmente feliz.

E azar o seu, pois toda peça chega ao fim.
E você teve que descortinar a ilusão
e tragar-me a seco
sem véu nem palco.

Porque tantas expectativas vazias??
Porque será?

terça-feira, 23 de julho de 2013

Abrigos nucleares

não lembrávamos mais de como sentir dor
ainda assim acabaram os analgésicos
um amontoado de memórias
caixas de papelão e mordaças
amamos a todos que apareciam
oferecendo um pouco de conforto e luxúria

queremos o corpo de qualquer deus
em frascos os que enfeitem prateleiras
temos poeira e o nascimento de outro salvador
era tudo aquilo que podíamos carregar

apodrecíamos debaixo do mesmo sol
com nossas carcaças salgadas
lambendo os beiços
tremendo de frio
ostentando um bocado de medo
do escuro
este que poderia ser o único abrigo

não temos muito o que reclamar
desistiríamos
cuspiríamos
cobriríamos nossos corpos
com a vergonha de não querer despertar
abrir os olhos
nossos olhos brilhantes
que varreriam distancias imensuráveis

não tememos a sombra do outro
tudo é tão limpo e imperfeito
as vidraças e abraços forçados
os beijos e jeitos de andar
queríamos o melhor caminho
transaríamos e deixaríamos
nossos restos espalhados pelo chão
pedimos a chuva e ela veio
afogando a todos os que nos olhavam
com seus semblantes vulgares

um pouco do nosso sangue

era desejo que baste
e matariam por isso

antes do anoitecer
arrancaram-lhes as cabeças
um a um

e nenhum ao desespero
lhe trariam os filhos
nem choro nem berro
nem os sonhos profanos
as belas imagens
paisagens
um punhado de flores nos bolsos
o perfume de onde devemos voltar


www.joaoimenes.blogspot.com

sábado, 20 de julho de 2013

Indefeso

Estou cansado. Me faltam palavras. E as que ficaram. Partiram em silenciosa revoada. Tentei exprimir a lágrima que corre no papel. E diante dos anseios. Me calo e não me ouso. É estranha emoção que ensaia uma prece. Uma prece que vem do final de mim. E indefeso em meu castelo abrigo uma mentira. Que sussurra em meus ouvidos em tom de alegria. Embalando os sonho que esqueci. Estou cansado!

sexta-feira, 12 de julho de 2013

breve ensaio sobre o ego parte III

essa tosse presa na garganta
cantaram a chegada do rei
o momento de desistir é agora
tenho medo da desilusão
viver um proposito barato
a sombra e água fresca
quero sentir prazer imediato
não me preocupar com isso
quero sentir lamber beijar

como o reflexo no espelho
sonhar angústias de um futuro próximo
pretérito imperfeito
o acaso dos momentos ordinários

vender minha alma ao primeiro que passar

cair e deixar de lado o ferimento
aprender a andar

antissépticos e contraceptivos
todas as armaduras de defesa
rodos os lados necessários
um quarto apertado nos fundos do quintal
a vida eterna e a noite
a sordidez que desnuda os olhos
as mãos imundas e corpo cansado
esperando desesperando
querer ainda todo o resto do mundo



www.joaoimenes.blogspot.com

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Assassinos da Noite (Frio que Gela)



















assassinos da noite,
fria e assombrada,
pelo vento que gela,
minha triste jornada,
solitário nas ruas
o pesadelo revela,
tantas surras cruas,
que me foram dadas;

frio da madrugada,
pés descalçados,
chão de rodoviária,
meu leito, morada,
miserável futuro,
tormento insuportável,
rezo sem fé, eu juro,
só quero sobreviver,
somente hoje mais,
na esperança de ver,
meus sonhos enterrados
sorrirem pra mim...

carícia da fome,
amargar de agrura,
dois dias não come,
dolorosa aguda
sensação de desmaio,
desespero e terror,
do inferno um ensaio,
implorado clamor
ao que seja, no além,
que veja minha dor,
algum caridoso alguém,
e eu não termine morto,
torto, queimado,
à noite, refém,
da sorte e do azar,
que possa meu corpo
sem medo esquentar...

só mais esta noite,
como se fosse a última...




Bem, cabe a esse poema ser extremamente aquilo que chamam de contracultura, de verdade, de oposição, de reação... Eu até gostaria de ser genial, mas não sou nenhum Baudelaire, então que isso seja uma singela mensagem... Pelo tantos mendigos que eu vejo as vezes de noite, na rodoviária passando frio... O mundo não é bonito, mesmo que não seja só porque eu deteste Paraty, é porque ela não é feita só de beleza comercial.



sexta-feira, 14 de junho de 2013

Oração para abrir os caminhos

louvamos a nossa imagem no espelho
somos semelhança e desespero
medo irremediável do desconhecido
milagrosamente providos de inteligência
nossas cabeças de merda e medo
planícies serenas do esquecimento

não precisamos de desculpas ou preocupações
o mundo ainda é o mesmo de antes
temos salvação e um pedaço do paraíso
e pra lá aonde vão às certezas
esperanças perdidas

a nicotina perdoa os descrentes
os velhos e as tosses
noites
pigarros
queremos nuvens e um sol onipresente
desgraçando os corpos de todos no caminho
rasgados ao meio

temos duas caras
a mesma moeda nos compra e nos vende
obtemos os melhores resultados
ainda assim não escaparemos do inferno

sábado, 11 de maio de 2013

magic

Sorrir pro azul do mar, permitindo a magia que rola no ar!!

duvide e ame

Na contramão das certezas encontramos nossas verdades mais profundas.
No fundo do baú do coração, nossos mais verdadeiros amores.

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

todos culpados

E se fossemos de fato culpados?
E se...?
Qual seria a diferença prática?
Antes culpado à vítima.
Antes inocente útil à incoerente comprado...
à negligente vendido.

Eis o ponto onde rende-se sua escolha:
Vender-se ou Tornar-se.
Seja. Viva. Transforme.

Inteire-se.

Sinta a plenitude posterior à dúvida.
Certifique-se dos detalhes que florescem sua existência.
Cultive o que te faz exclusivo.
Absorva suavemente suposições
que hão de transcender tua essência e enaltecer tua benção.
Inteire-se.

sábado, 2 de fevereiro de 2013

sempre carnaval

A decepção faz doer, mas faz crescer!!
Não pauto meu desempenho pelo dos outros,
mas sim defino-o por meu caráter ;)
Minha dedicação me vale a pena
e não precisa de confetes falsos.
A vida se faz carnaval aos que amam!!

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Eterna Noite





cheiro de grama,
verde acolher sobre terna penumbra,
do outro lado,
nos abençoam os holofotes,
no rio, à beira...
tão pura, ela cheira
a maresia, eis que o legado,
de sussurros, num apaziguar,
num adormecer, transmutar de realidades.

curvas tuas, sentindo, o meu tocar,
plainar, em suspiros de ventos de noite,
não há fim, não há dia, eternidade,
um segundo que parou,
um minuto que nos amou,
um existir apenas nele, sem findar...

enrubescido infante rosto, lunar,
em calmas águas, se mostrando,
sem de fato à lua estar, o que há?
o que há em meu dizer, no meu temor,
de que irreal seja minha elegia,
minha alegria,
ainda aprendiz do que me ponho a sentir.

e diziam, outrora, ser sábio, à perfeição,
não, é simplesmente viver-se em mistério,
é viver temendo a si, como apostador,
e rir da queda, de um falso degrau no nada,
e ainda ali estar, lhe contemplando,
esperando, apenas o melhor, em tua ternura.



























quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Elegia dos Ratos




oh, enluarada profunda noite, lamentos resguardas!
cravejada negra seda de vivos murmúrios,
de nós; em lívidas livres lágrimas ao prol de augúrios,
te fazes vaidosa, em ares de materno afago,
e eu, só, a esperar uma eternidade, - me fardas!
a proferir, co' uma ingênua morta estrela, o que lhe indago;

[do cigarro, sob a torre do relógio, um trago,
e por abaixo urbanas luzes, da fumaça dispersas se esquecem...]

tantas dessas, quantas mais me vou em aguardo?
- água arde, do olhar, mas não cura!
a protelar-me, será que tardo,
até o vindouro findar de minha merencória lisura?
quão será, que suporto o pesar de meu fardo?

telhados caminho, sozinho, de mim distante,
marotos passos, de um malandro estranho, sem prezar,
por seguro, dentre males tantos, sem prantos, firmar,
um alguém, sem ninguém, de vagar desconfiante,
um ir-e-vir que conflitante, me sugere risonho, desistir,
de meu ingênuo, e tão inseguro singelo existir,
sem anjos aos quais, possa eu, veemente, vez sequer rezar;

em universos de fatos, mais inversos acatos, que adentrei,
um sentir-se minúsculo, detenho, perante à vontade,
frágil, quão sou!... ao perceber-me, vago, relutante,
sem algo fazer, atado em sem saberes, nó sem verdade,
deveras, um ser, assim dito, solitário, no montante
decorrido, de anos, e sem nada comigo, à posteridade...
tão simplório, pacato, desarmado, à minha elegia que não sei.





Quebre o Silêncio




por que você teme,
o que é pra ser feito,
na hora exata
de não se fazer?

por que você chora,
o medo extirpado,
um beijo escarrado
à treva, em tua alma?

por que você se espanta,
se o mal aqui canta,
lhe tornando maior,
a gritar, a gritar sem maldade?

o que vais fazer,
senão, o que resta,
no silêncio, a besta,
à tua mente, que infesta
- te detesta! te pune sem porquês.





Posso eu tocar em tuas orquídeas?




























vento da tarde, azularado céu,
vermelho tapete, monstro sou,
varanda contemplo, parado,
olhar torto, mirado,
aqui sou,
restou,
nosso silêncio.

sinto insano estar, seremos será?
sabemos, distante em demasia somos do mundo...
e eu de ti.
nasci,
desse jeito, e não sei mudar,
mesmo se soubesse, jamais o faria
marginal jazendo a admirar
lilases flores tuas, manusear queria...

quão terrível aparento,
demônio hediondo, perigo, aval,
à perdição sem penitência,
cujo desprezo, é normal,
talvez, o jeito meu, gere tal tendência,
mas de ti, é tão letal!
ultimamente... irrelevante.

aberração perante
sem pena arrependido,
cujo orgulho, contido,
transborda lágrimas, desprezo,
receoso querendo sumir,
é frio demais pra conseguir
por um segundo chorar,
florescido amargo ódio
então, eis que inesperado;
anjo em rancor,
quer partir, tem de ficar;

ânsia em ferir,
sumir, largar,
num bramir,
despir, pisar...
tentando fingir,
devendo beijar,
louca estranha situação,
é assim o amar,
necessária involuntária corrosão.

digno sou de orquídeas tuas tocar?
nem sequer por um momento,
frescor sorver, solar poer fitar,
aqui, será eu maldito demais?!
as contaminarei, delicadas,
as tornarei
infernais!?
lhes jurarei maculadas,
as farei
mais mortais!?