quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Dias de luta

Abra a janela,
encontre seu melhor sorriso
e vista-se de sol!
Porque 'no final o bem vai vencer'... ♥


quinta-feira, 22 de novembro de 2012

nossa reza

eu estava lá, mas você não viu.
penso em você e você nem percebe, nem sente...
te chamo em pensamento, mas você não me ouve.

questiono-me em que altura da viagem você pulou do barco.
e seguirei na batalha rezando por ti.

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Confissões



você me enlouqueceu
sem sequer te conhecer,
diálogos em metades,
nem tudo, pôde entender;
e eis que numa única noite,
o olhar conversou,
minha seriedade tomou,
expontânea... me perturbou.

em madrugada esta,
posso estar até sendo ridículo,
mas, eis-me à festa
de criar algum vínculo,
sei, talvez seja ainda tão cedo...
talvez seja meu medo,
de você logo partir
sem eu nem mesmo tentar...

quiçá meu silêncio, seja meu temor,
é que eu quero esconder, toda a minha dor,
te fazer sorrir, sem saber falar,
não há um momento,
em que eu não consiga pensar,
em meu intento
de tirar-lhe o ar,
um beijo sedento, a me revelar...

...quantas noites eu esperei por isso,
instante este desconhecendo
como um vendado ouriço,
eis-me ao impulso, de querer conquistar,
tudo isso, que me domina,
com um mero piscar...
sinto estar, frente a um dilúvio,
sinto parecer um insano
com as palavras que envio...
sentindo sucinta, minha mão gelar,
eu era um penhasco cedendo,
descrendo, em seu cabelo a tomar...




terça-feira, 24 de julho de 2012

em troca de cartazes luminosos


o que servia tão desigual irresponsável desnaturado
afetado a mente que rouba sensações e cansa
descansa em buracos e penetrações e guimbas de cigarro
repulsa e vontade de vomitar e no fim que se chega
concluo despretensiosamente a mesma coisa repete
sempre repete como que nada acontece de forma diferente
redundante e sem anseios e outros desejos ou sonhos
inalterados inacabados acabo como sempre ei de terminar
ei de que eu que não sei de muita coisa sei de tudo
e com o tempo caduco e repito e recosto em paredes
ornadas com o mofo que cresce e se espalha e gruda na roupa
o acaso desmente todas as minhas verdades
já muito servem para pouco ou esterco
mas não tenho jardins ou hortaliças nem terra
nem espaço para morrer ou sonhar que se resta
preza e paga o preço por ser demais contrário
que nada passa de uma ilusão como qualquer de fato
e de repente canso ou cansaria de tudo e quereria nada
iria querer um pouco de olhos e mãos e bocejos
querer tudo em mesma cama
mas sempre hei de estar em camas erradas

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Uns dos porquês que as flores morrem

Diziam que era bela. Belezas dessas que precisam de remendados adornos. Toda quinta-feira tomava seu remédio. E passava sorvendo-me os últimos pedaços de infância. Época que as calçadas eram feitas de verdades eternas. E os pecados ainda ficavam para os abraços dos cobertores. Quantas vezes eu amei a novela e a ponte que trazia em seu corpo. Um dia atravessei a ponte e os lápis perderam as cores. Nascia o poeta que não queria nascer, o poeta meio, o poeta não. Bem vindo piso frio, rosto seco que sossega todas as grades. Bem vindo homem de bem, atalaia das horas sem pressa. Pro inferno o intelectual! Necessito de uma ignorância que me compreenda. Que me dê o calor de novas cicatrizes. Enquanto não descobrirem que estou aqui calado á margem da linha. E que o ponto final só existe na poesia para quem ler. Rodrigo Passos

sábado, 14 de julho de 2012

Elogios Constringidos



antigo amável amigo
há muito anseio alçar,
teu pescoço, alcançar,
tomá-lo à mão,
sentir pulsar;

pele estranha,
escamada viçosa,
arranhada à prosa
duma raiva imoral,
acerto mortal...

farsante exemplando o sempre dito,
o que outrossim outrora ouvi,
descrendo em traíras, também os tendo,
cigarro trago, apago, acendo...

chutadas mesas, vidraçais lascados,
laminadas folhas de instante abrupto,
grita o sangue, escorrido usurpado,
a caíres nestes, de vivas cores acertado,

reação sustada, assustado semblante,
braços tendidos, prendidos na estante,
bater-lhe a cabeça, e conseguinte esta acima,
cai sobre ti, atrita-se um livro ao carpete,

chutado estômago, âmago agora curvado,
arroxeado olhar, me é um vaso atirado,
urros, murros cruzados,
tiros de brados,
ligeiros, marcantes...

ferocidade corteza,
vileza humana,
eis-me à gana,
de contigo acabar!
traidor
que dor
causaste,
gestor
do horror
qual, legaste,
misterioso
mal duma emboscada,
laborioso
retomar de minha jornada...

cinismo
recebido,
quando vim
ainda sim
banido,
tido
como ameaça,
simplismo
devolvido,
pois, de mim,
dum jeito assim
inibido
sido
em quase nada...

susto,
custo
de ser,
um bastardo,
em que tardo
pois, por
ver,
posto
rosto
descrer
intentando,
recuando
sem chão
ter...

em vão
a mão
não
é,
visão
dum cão,
então
até,
senão
o pão,
que dão
co' o pé...

antigo amável amigo,
que consigo enviaste tantos males,
anseio ante a ti, que agora fales,
sem falar poder, sem o poder de respirar...

quão contente estás, em ver-me andante,
e ardente é de vós, a volupia inquieta,
em exaspero, não lhe permitindo estar perante,
a mim, sem por um excêntrico acidente se engasgar.



Rainha do Tempo




sob tal imponente nefasto palácio,
à costa dum oriental deserto de rubis lapidadas,
e de incongruências mil, rogadas;
às parasitas de escravos, seguindo à rainha,
em montarias cujas, sujas langues engatinham,
pois, vós, mensurem, tal lumioso portal,
qual, domina ela, e nenhum mais imortal;

abismo de todos os tempos, e estações,
de colheitas férteis, e auspiciosos impérios,
inimagináveis abismais desastres, divinais trovões,
profanos reis, de dantescos bustos,
ostentando terríveis gafanhotescas presas,
pairando ali, abaixo o céu, mil corvos robustos,
o trincar de juradas espadas forjadas;

prontas ao sacrifício,
à lascívia das águas,
de um lago em miragem,
bebendo a carnagem,
iluminada e dançante,
no poder de um instante,
às silhuetas cujas, curvadas,
dobradas temidas,
tímidas assombrosas,
escoltam-se ao marchar,
de colossais brutas aberrações,
perpetrando a grandeza
do real sinfônico absurdo...

o tumbar hórrido da eternidade,
em frígido oiro de gongos supra terrenos,
troando grotescas vastas procissões,
cabisbaixas, de ingênuos murmúrios.

em distorcidas cores, mil raios,
celestiais raizes vicejam vertendo,
verossímil vistosa venusia volvendo
vinte vingados verões, consigo trazendo;

gigantes
lacaios,
empíricos
épicos
marchantes
ensaios
de se como era antes,
do sol se apagar,
o negrume tragar,
por meros instantes,
estágio
do fim,
o eterno
infindável
presságio,
abismal
vacuidade,
o confim
de holográficos
milênios
passados...
segundos
seguindo
estagnados
em oriundos
selados
séculos
trancados...

à chave!
à clava!
o clamor
do ardor
em horror
pela dor,
do desconhecido,
um incognoscível
a mais,
detrás
os tais
tantos
cantos
cantados distantes,
diversos supostos,
opostos visados,
vastidões semelhantes,
chocantes infernos,
inversos vislumbres
vistas vagas
viagens, vertigens
de imagens,
mensuradas inefáveis,
afáveis delírios,
rios da dissolução
de expansão incriada...

eis a horda ainda em marcha,
ínfimos gigantes dum pensamento
absortos, de almas sorvidas,
no transfigurar da dissolução...

eternidade, espaço, tempo...
exemplo de traço, à imensidade,
mais uma, estrada paralela,
ligeira, a existir sob a infinidade!

e ainda lá acima um monte, vejo a donzela,
de arroxeada pele, e adornada face nenhuma,
a erguer vitoriosa atlética, o cinturão dourado,
encarnada e temporal raínha, apenas mais uma;

neural ínfima, monárquica humana parcela,
de invocar capaz, até mesmo o não vivido,
dum universo onde jamais se houvera ouvido,
senão tão aterradora paisagem, tão bela;

a contemplar noturnas gamas de cosmos,
celulares membros duma unidade expansiva,
intensiva; n' outra mais vasta estrutura,
colossal se espargindo infindável, explosiva;

sem começo ou fim... a ser apenas sendo,
o além do irreal ou paupável, rompendo,
a substância do existir em constante mistura,
e uma gota ao mar, é o conceito, que tudo isto apura...

escutar ainda posso, paquidérmicas infantarias,
pressinto agourarem os selvagens, com suas feitiçarias,
o trespassar à procissão, imensa, grotesca,
selar-se o portal, e ir-se junto aquela figura arabesca.



segunda-feira, 18 de junho de 2012

Guerra de devaneios



Enquanto houver guerra, haverá poesia, enquanto houver um descontente dentre uma massa arrebanhada em consumismo e falácias vazias de um mundo desfalecido, haverá também um louco, um depressivo, ou desajustado, um desbravador de alguma coisa, compondo versos, mesmo que profanos, mesmo que infames, a questionar a "ordem" da maneira mais ameaçadora de todas; um devaneio. creio eu, que até o ultimo momento em que houver uma única célula debatendo-se no intento de se protelar, mesmo que numa ínfima existência, existirá, quem sabe, um pouco da mesma força que rege esse mesmo alguém que grita intimamente... Não importa o que digam os "cultos" ou escarneiem os mais "críticos"... foda-se, a poesia é pra quem nunca para!

Vocês não conseguem calar pensamentos!!!!

segunda-feira, 14 de maio de 2012

queria


Queria dizer que a saudade no peito não dói
e que não sinto falta...
mas têm dias que algumas ausências 
rasgam ainda mais 
cada pedacinho do que somos. 

E aí... é... dói mesmo... 
dói fundo... dói saudade. 

E rezamos por ontem e por amanhã.

sábado, 31 de março de 2012

sexta-feira, 2 de março de 2012

pronome pessoal

pernas trêmulas
descalçando
entendimentos e ternuras
mais um pouco
desinibindo proteínas

em amor
às paredes

quinta-feira, 1 de março de 2012

alma rasgada

embriagar-me desse néctar puro da lua crescente
na madrugada esperar-te para sempre

nos detalhes das estrelas reviver tua magia
e sangrar galáxias afora

cortar minha garganta para engolir palavras
mergulhar profundezas de oceanos buscando uma fuga
ilusões que a vida me obriga a tragar

no retorno à realidade essa sobriedade corrupta
que me rasga a alma e derrama-se pelos meus dias

eu queria apenas qualquer resposta

sábado, 25 de fevereiro de 2012

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

O paraíso dos estranhos




pairavam abutres, em ensolarados fios vespertinos,
sob o mar, de azularados e tão motrizes desatinos;
me invade a areia, aos pés; - de um cauto descalso...
não juraram-me os anciões de longínquos mundos, em falso!

veroninas ventanias vertem vastos verdes,
vociferando velozes vorazes versos vívidos,
vindouras visões, volvendo,
universos aguardando, para sí, e suas explosões infindáveis.

verídicos cósmicos raios, de estrelas;
se espasmam dentro a mim, e pelos olhos se apercebem,
a sentir pus-me, o ressoar do inevitável,
e por astrais veredas, desconheço o que precedem,

o coro das brisas emanadas,
sonoras transmutações,
espirituais vozes encarnadas,
dentre intrincadas tantas dimensões;

extraterrenos semblantes, em silhuetas estranhas,
todos ao resguardo, deste refugio às montanhas,
enseadas de intermináveis mistérios imperscrutáveis,
magnéticas naves pairam sobre as brutas ondas indomes;

encharcadas vestes,
ainda ao corpo, calças dobradas,
o limite tornando ao encontro,
à visão; dos joelhos de arranhadas dermes,
trespassadas trilhas lembrando...
rodopia esvoaçado à fumaça,
dum cigarro, um branco albatroz,
imaginária distante alfombra
demasiado acima,
onde sequer, ouvido pode ser,
ou de seja quem for... algum pico de voz.

e a cada instante, seres mais se descortinam,
intrinsecas sensações, sob a razão, se amotinam,
correntes rompendo, sementes vingando,
a gestar, florescidos espaços unidosdíspares;
bulbo de indescobertas gamas de cores extrasolares,
provendo, o aguardo; em dita presença;...
de quem com sua face me arrancara muitos dislumbrares.

semblante do inevitável,
irremediável,
caminho
ao oculto,
o vulto
do espinho
adorado,
adornado
em venúsias
interdimensionais,
rasgando
o céu,
radiante
véu...
meu,
seu,
eu...

... sinto-me infante, ao medo perante,
trespassar um passo, nesse instante,
tornar ao explêndido vislumbre anatômico,
à perfeição do sentimento disforme,
faciais curvas de visuais vibrações infindáveis,
em espirais envolta, orgânico mecanismo espiritual,
indelével sombra de meu destino, encarnando tal.

contemplando inumeras milimétricas fendas,
... "trespassar um passo, nesse instante..."
romper minhas creditadas antigas sendas,
partir... partir ao espasmo do que é estupendo inebriante,
descobrir a formula de como se dá um vôo inalcansável,
convergir-se à barreira, explodir-se ainda ileso,
queimar-se à combustão dum precedido segundo em tudo e nada imerso.

verídicos cósmicos raios, de estrelas;
se espasmam dentro a mim, e pelos olhos se apercebem,
a sentir pus-me, o ressoar do inevitável,
e por astrais veredas, desconheço o que precedem...

veroninas ventanias vertem vastos verdes,
vociferando velozes vorazes versos vívidos,
vindouras visões, volvendo,
universos aguardando, para sí, e suas explosões infindáveis.



quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

A Idade do Céu

Janela do meu quarto em um amanhecer de calma!
Não somos mais Que uma gota de luz
Uma estrela que cai, Uma fagulha tão só
Na idade do céu...



Não somos o Que queríamos ser
Somos um breve pulsar 
Em um silêncio antigo

Com a idade do céu...



Calma! Tudo está em calma
Deixe que o beijo dure, 
Deixe que o tempo cure
Deixe que a alma 
Tenha a mesma idade

Que a idade do céu...

Oh! Oh!...Oh! Oh!


Não somos mais Que um punhado de mar
Uma piada de Deus, 
Um capricho do sol

No jardim do céu...



Não damos pé Entre tanto tic tac
Entre tanto Big Bang

Somos um grão de sal 
No mar do céu...


-Paulinho Moska-

domingo, 15 de janeiro de 2012

atemporal

tempo todo nosso
tempo que passa curto
corre feito louco
cão faminto que ladra e morde
sossegamos em desoportuno
castigados a ressentimentos
lembrando do futuro
em recordes de passado
nesse nosso tempo tanto
perdemos vista do mundo
cansamos de arriscar entender
por que tanto perdemos tempo

sábado, 14 de janeiro de 2012

bromélias

onde foram parar as bromélias da patagônia
lá não tem bromélia
onde foi parar a patagônia?
escondida nos cantos
lá bem longe das cercas eletrificadas
morrendo em technicolor
vivemos dias melhores
flora que floresce renasce
viveremos para sempre?
o sol não nos toca como antes
pervertido e adorável
esperar um pouco que basta
ou ficaremos para morrer de fome?
para onde se foram
as bromélias da patagônia?




quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

perdão

Não levarei na memória suas ofensas ou minhas dores...
ao menos não por todas as horas...

prefiro a lembrança do meu sorriso e do seu respeito.
Porque com a vida aprendi que o que vale mesmo
é a felicidade e a leveza da alma que perdoa!