domingo, 27 de novembro de 2011

sociedade

libidinosos ratos
secreta repressão
castramos nós
cheiro do esgoto
quente arde e coça
fumaça e basculantes
herméticos abrigos
antipatia sociopatia
patologia coletiva
afobados corpos cansados
castigos sofridos
sem direção qualquer que siga
perdidos em caminhos errantes
clamamos por um deus plastificado
espasmos involuntários
guiam displicentes respostas
buscando em retórica ignorância
toda a verdade maculada
hipócritas organizações desgovernadas
propostas respostas certezas
incertezas expostas polêmicas
direitos ridiculos redundantes
força desnecessária ilusória
adeus sociedade
capengamos vezes todas
em que erramos caminho
frágeis pernas errantes
desviando-se de gente podre
roupas velhas e sujeira
cobertores manchados
caímos cara em merda ressecada
choramos óleo disel
impermeável cidade
sociedade privada
estagnada
poça de lama agouro
sofrido amargor
corremos caminho contrário
chegaremos quem sabe
amanhã

choro

o choro 
que chora
ri de nós
o canto
que encanta
assuta
e voz e berro
canta quanto for
cantamos dor
assobiamos
ressabios
ressentidos
repetidos
sorrisos
chora tu
ri de mim
ri de nós
chora eu
eu mais tu
em nós dois
um número
de choro
sem fim

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

almas

todos os resquícios como quase sempre
pois insaciável percorre-me essa ânsia
desejo desprovido de censura
e o coração perde qualquer razão
à loucura o amanhecer agradece
e vocês surpreendem-se ao me ver
mas o cruzar de nossos olhares simplifica os sentimentos
e a conexão de nossos versos satisfaz algumas dúvidas
e o toque de nossas almas preenche alguns sentimentos
mas ainda assim questionamos nossos passos
que nos desequilíbrios atenuam toda a dor.

sábado, 5 de novembro de 2011

castigos

programação
repetidas vezes vozes
carregamos imundices
deselegantes derrotas sofridas
esmos singelos problemas
conturbo disturbo masturbo
pondero pormenores segredos 
meu e nosso momento hermético
calorosos castigos
aqueles que causam delícia
sobre mim cai tu lentamente choro
carne cansada de variações térmicas
leito peito quieto barulho sossego
silêncio e calamos boca suja
palavras chulas amor
perfeitamente dor
delicadamente ódio


sexta-feira, 4 de novembro de 2011

sol

Ver o sol nascer assim torna o dia completo em luz!

arte


sentidos

nariz de palhaço e o sorriso das crianças
ensinam a viver e a reinventar na desesperança

significa

horizonte em prata que reflete a alma
imensidão do mar que transcende a intensão

sentimentos livres que não respondem,
mas transmitem o significado da existência humana.

pigarro

rosto em pedaços
veia que salta
imbecis que só
pigarro
queima cheiro fumaça
merda enlatada
congruentes imperfeitos
amores pulverizados
sou eu e ninguém
choro carregado
mentira
foda-se qualquer tentativa de verdade
quem me diz isso sou eu
alguém sem nada a dizer
quem não quero ser
e vejo...
janelas trancadas
dentro fora porta que rumo tomei
cheguei primeiro
depois o deposto
sopostamente primeiro
depositei confianças falhas
em cimento e poeira
prefiro a noite
tremo pernas do escuro
cansados olhos
cansamos eu
cansados
cansei

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

sombras

monótonos assombros luz quebradiça vejo futuro questionável em vestes farrapos sofridos demônios esperam ansiosos corremos castigo cansados de corpo olhares pasmos observamos estragos em retóricas amargas depreciamos amores abandonados desejos andam em sombras estáticas sonhar com o que basta que indolência acalma resta não mais nada

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

A real profecia

lá está o rei, e do outro lado da rua o mendigo,
do outro lado...
das grades do lixão, lá está um armado infante,
ingênuo, desconhecendo a consequência do que tem às mãos,
lá está uma velha comendo seu encardido pão,

esse é o futuro? frio como ferro, confuso como sua mente.


todos são inertes,
seu mundo é cinza, opaco, luminoso,
estão todos abrigados em seus mundos pessoais,
loucos, lúcidos, quase que ao mesmo tempo,
jubilam-se os governantes e generais inexpugnáveis,
do exercito das maquinas vivas ,


estamos todos sós,

diante do sofrimento, diante da metamorfose,
de nossas ideias, do nosso mundo estagnado ,
ele cresce como a flor, ele derruba como o vento,
te arrasta como a correnteza de um rio,
no mundo bizarro, todos são servos de suas proprias criações.


as máquinas, a natureza de plástico,
miseráveis, venderam a salvação,
e os salvadores malévolos agora vos levaram ao abismo,
estão todos pagando, a pena,
no mundo opaco de metal e plástico,
são todos bestas, criadores do caos,


com suas consciências afetadas,
nas ruas violentas das cidades em ruinas,

e dos psicóticos, das prostitutas, e promíscuas santas...
dos drogados, sem futuro, tratados como vermes,
vem a revolta, vem a rebelião,
o império está à ruina final, não há mais riquezas, não haverá o que perder.