sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A lágrima duma árvore



havia uma praça em frente ao mar,
e nesta avistávamos três bancos,
cada qual, com uma árvore para os guardar,
escolhemos a tal desprovida de primaverís flancos.

ao céu, a treva noturna punha-se a estar,
radiante vívida estrelada...
rubras núvens a sua figura alaranjar,
caía uma gota, resquício à chuva no ombro de minha amada.

eis água, uma lágrima
da senhora desflorescida,
que tão como as outras ser, estima.

porém fizera de sua morbidez ressequida,
persuasora beleza, moldura do luar visto acima,
por nós... à noite, até nossa partida.


quinta-feira, 18 de novembro de 2010

re en de outra forma

De uma forma cansaço
              de outra o palhaço

De uma forma amor
              quando deforma odor

De uma forma desejo
              se desenforma azulejo

De uma forma escritor
              na reforma infrator

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

.pra reviver.



De um jornal qualquer....
Desculpe-me o autor...
achei recortado assim...
sem referência...
mas com toda essência!!

.

.

.
LETRA
** eu sou o rei da cultura
AM
eu ouço o galo cantar
PM
eu coalho o leite do creme
de la creme
eu bebo a agua do mar
que metaforazinha!
eu boto o bloco na rua
da amargura
eu vejo o mato crescer
pra burro
eu me transformo na sua
cara!
o que é que eu posso fazer?
quase nada, quase nada!
eu sou o mestre do óbvio
ululante
pego o difícil no ar
até parece!
viro de ponta-cabeca
sem essa!
o quadro negro do azar
é ruim hein!
eu sou aquele que o tempo
por acaso
se recusou a mudar
de teimosia
eu tenho um pé no futuro
que pretensão!
e esta mão pra acenar
e outra pra comer
é eu sou assim
só assim
é eu sou o fim
do que pintar

.

pintandoparaty

Caminho pro interior




Fernanda Barros de Carvalho / fotografa / Site : www.flickr.com/lomovita

Contracultura


Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Contracultura é um movimento que tem seu auge na década de 1960, quando teve lugar um estilo de mobilização e contestação social e utilizando novos meios de comunicação em massa. Jovens inovando estilos, voltando-se mais para o anti-social aos olhos das famílias mais conservadoras, com um espírito mais libertário, resumido como uma cultura undergroundcultura alternativa ou cultura marginal, focada principalmente nas transformações da consciência, dos valores e do comportamento, na busca de outros espaços e novos canais de expressão para o indivíduo e pequenas realidades do cotidiano, embora o movimento Hippie, que representa esse auge, almejasse a transformação da sociedade como um todo, através da tomada de consciência, da mudança de atitude e do protesto político.
A contracultura pode ser definida como um ideário altercador que questiona valores centrais vigentes e instituídos na cultura ocidental. Justamente por causa disso, são pessoas que costumam se excluir socialmente e algumas que se negam a se adaptarem às visões aceitas pelo mundo. Com o vultoso crescimento dos meios de comunicação, a difusão de normas, valores, gostos e padrões de comportamento se libertavam das amarras tradicionais e locais - como a religiosa e a familiar -, ganhando uma dimensão mais universal e aproximando a juventude de todo o globo, de uma maior integração cultural e humana. Destarte, a contracultura desenvolveu-se na América LatinaEuropa e principalmente nos EUA onde as pessoas buscavam valores novos.
Na década de 1950, surgiu nos Estados Unidos um dos primeiros movimentos da contracultura: aBeat Generation (Geração Beat). Os Beatniks eram jovens intelectuais, principaalmente artistas e escritores, que contestavam o consumismo e o otimismo do pós-guerra americano, o anticomunismo generalizado e a falta de pensamento crítico.
Na verdade, como ideário, muitos consideram o Existencialismo de Sartre como o marco inicial da contracultura, já na década de 1940, com seu engajamento político, defesa da liberdade, seu pessimismo pós-guerra, etc, portanto, um movimento filosófico mais restrito, anterior ao movimento basicamente artístico e comportamental da Beat Generetion que resultaria em um movimento de massa, o movimento Hippie.
Na década de 1960, dessa forma, o mundo conheceu o principal e mais influente movimento de contra cultura ja existente, o movimento Hippie. Os hippies se opunham radicalmente aos valores culturais considerados importantes na sociedade: o trabalho, o patriotismo e nacionalismo, a ascensão social e até mesmo a "estética padrão".
O principal marco histórico da cultura "hippie" foi o "Woodstock," um grande festival ocorrido no estado de Nova Iorque em 1969, que contou com a participação de artistas de diversos estilos musicais, como o folk, o "rock'n'roll" e o blues, todos esses de alguma forma ligados às críticas e à contestação do movimento.

Clandestino

Ando
pensando
em moscas.
Em desconstrução.
Em algo que um bêbado saberia melhor.
O mundo não me deu suas cadeiras.
Mas carrego sua carga.
Sua lucidez não me aprova.
Não quis bater palmas.
Não quero seu açúcar,
Não quero sua lambida,
Sua lombriga hereditária.
Sua ode que nina bibliotecas de nomes que não me conhecem.
E se me conhecerem não saberão nada de mim, pois não sou todo letra.
Não vivo as frases de pés calçados.
Não elitizo vocabulários criando reinos paralelos.
Me cansam esses homens que escrevem e escrevem...
E a rua continua cheia de palavras abreviadas.
E tudo continua nada, e discursam em lindas salas, filosofias do talvez.


Rodrigo Passos

Obs: Meu grito de Contracultura!!!!

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Ninguém sonha duas vezes o mesmo sonho

Ninguém sonha duas vezes o mesmo sonho
Ninguém se banha duas vezes no mesmo rio
Nem ama duas vezes a mesma mulher.
Deus de onde tudo deriva
E a circulação e o movimento infinito.
Ainda não estamos habituados com o mundo
Nascer é muito comprido.

Sobre o autor:
Murilo Mendes (1901-1975) foi um poeta expoente do Surrealismo brasileiro. Iniciou-se na literatura escrevendo em revistas modernistas Os livros Poemas (1930), História do Brasil (1932) e Bumba-Meu-Poeta, escrito em 1930 são claramente modernistas, revelando uma visão humorística da realidade brasileira.

sábado, 13 de novembro de 2010

O que é poesia?

Poiésis - Criação


A poesia, ou gênero lírico, ou lírica é uma das sete artes tradicionais, pela qual a linguagem humana é utilizada com fins estéticos, ou seja, ela retrata algo que tudo pode acontecer dependendo da imaginação do autor como a do leitor. "Poesia, segundo o modo de falar comum, quer dizer duas coisas. A arte, que a ensina, e a obra feita com a arte; a arte é a poesia, a obra poema, o poeta o artífice." O sentido da mensagem poética também pode ser importante (principalmente se o poema for em louvor de algo ou alguém, ou o contrário: também existe poesia satírica), ainda que seja a forma estética a definir um texto como poético. A poesia compreende aspectos metafísicos (no sentido de sua imaterialidade) e da possibilidade de esses elementos transcenderem ao mundo fático. Esse é o terreno que compete verdadeiramente ao poeta.[2]
Num contexto mais alargado, a poesia aparece também identificada com a própria arte, o que tem razão de ser já que qualquer arte é, também, uma forma de linguagem (ainda que, não necessariamente, verbal).

Origem: Wikipédia

PROJETO DE PREFÁCIO
 
Sábias agudezas... refinamentos...
- não!
Nada disso encontrarás aqui.
Um poema não é para te distraíres
como com essas imagens mutantes de caleidoscópios.
Um poema não é quando te deténs para apreciar um detalhe
Um poema não é também quando paras no fim,
porque um verdadeiro poema continua sempre...
Um poema que não te ajude a viver e não saiba preparar-te para a morte
não tem sentido: é um pobre chocalho de palavras.

Mário Quintana

terça-feira, 9 de novembro de 2010


UM POETA LOUCO ...

acordei esta manhã azul,
como jamais despertara antes,
ventos do leste, brisas do sul,
ternos versos sopraram-me infantes.

nascidos dum instante pensado,
oh, pois tais versos nascem ao mirar

os ramos verdes do arvoredo curvado,
converter-se-á em traços a criar.

adentro uma sala inóspita,
de estrofes enigmáticas, o tinteiro palpita,
como arder cardíaco, um poeta maníaco...


e sob trevas anoitecidas, um delírio rabisquei,
despertado instante, existência lhe dei,
perscritos ditos vívidos numa folha de branco opaco.





domingo, 7 de novembro de 2010

O poeta inocente é um mito...

O POETA INOCENTE É UM MITO, MAS UM MITO QUE FUNDA A POESIA. O POETA REAL SABE QUE AS PALAVRAS E AS COISAS NÃO SÃO A MESMA COISA E POR ISSO, PARA ESTABELECER UMA PRECÁRIA UNIDADE ENTRE O HOMEM E O MUNDO, NOMEIA COISAS COM RITMOS, SÍMBOLOS E COMPARAÇÕES. AS PALAVRAS NÃO SÃO COISAS: SÃO AS PONTES QUE ESTENDEMOS ENTRE ELAS E NÓS. O POETA É A CONSCIÊNCIA DAS PALAVRAS, ISTO É A NOSTALGIA DA REALIDADE REAL DAS COISAS. É CERTO QUE AS PALAVRAS TAMBÉM FORAM COISAS ANTES DE SER NOMES DE COISAS: NO MITO DO POETA INOCENTE, ISTO É, ANTES DA LINGUAGEM.

O autor:
Octávio Paz Lozano (1914-1998) foi um poeta, ensaísta, tradutor e diplomata mexicano, notabilizado, principalmente, por seu trabalho prático e teórico no campo da poesia moderna ou de vanguarda. Recebeu o Nobel de Literatura de 1990.