domingo, 19 de dezembro de 2010



NOITES PERCURSADAS


flerto arredio com a insonia,
à noite onde uma montanha é contemplada,
misteriosa,
destacada,
sob o céu noturno...
tal q'eis um manto de estrelas que histórias contam...

irradiadas
pela lua,
refletidas em arredondadas
pedras duma rua,
compondo,
os passares
das silhuetas transpondo
ocultos destinos,
rumando em novos ares...
por tal encantos lançados
misticos,
captados são,
diante à incerta, anoitecida imensidão...

memórias sinto, lançadas aos ventos,
vividas jamais foram,
nostálgicas
desconhecidos rumos futuram ciganas...

esvoaça à varanda, uma fumaça dançante
do cigarro provinda, pomposa inebriante...
secretos decretos
tal dita montanha
em planícies os resguardam...
desapercebidos
sentimentos meus
misteriosos, acolhedores alardam...

existência minha vívida às madrugadas pertencem,
como a incógnita ao matemático,
árduos receios vencem
as marisias
contemplando-me sublimes,
ao perdurar de perspicazes noturnos dias...




quinta-feira, 16 de dezembro de 2010





ISOLADO NUM POÇO :

disto-me afagado pelo vazio,
deleitando meu ser no acinzentado frio,
desolado num poço...
desconheço as causas do fio
d'água restante,
talvez possa à poça esta, afogar-me.


bebi barrenta...
no intento de sede não morrer,
nela apagara-se o ultimo cigarro,
manhosa aproxima-se a loucura,
na agrura,
co'uma tendente
lisura,
eis conseqüente
abstinência,
pela eminente
nicotina,
à rotina,
de sempre desejar
que todas as coisas como em sonho devam se tornar.


monótono é esse dia,
onde acima permeam abutres dançantes,
desprezíveis,
vigilantes,
no horroroso
local
tão curioso,
infernal,
de formas indiziveis...
receoso
o pior sai afastado,
logo o resto retira-se debandado...


respinga a chuva,
num óbvio oráculo trovejante,
gargalhando petulante,
a vindoura cena
do afogamento,
sem pena...
e neste momento,
pois tenho eu um pressentimento...


que do pior estive isento,
enquanto só estava,
e adentrava,
o covil do meu sentimento...
e me abraçava,
à insanidade...


deixado o leito mórbido,
enlameado,
enfraquecido
perpetro enfim minha vidência,
na evidência...
todo resto da singela cidade,
em sua pequenez, normalidade,
houvera numa enchente, derrocado.




domingo, 12 de dezembro de 2010


eu passo pela estrada
a estrada passa em mim

cores e luzes em
impressões, sensações...

e o pensamento viaja mais longe

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

.a espera.


como o rodar de uma ciranda a aranha tece sua teia dançando a vida...
com o fim da música acaba uma ciranda
pelas regras da natureza destrói-se uma teia

e a vida continua em seus ciclos de muitas faces...
outros cirandeiros encantam novas rodas
sobrevivência desenha outras teias

e lá se vão as voltas que dá o mundo...
a cada um dos passos, mais força e paciência...
a gente sabe que ela traz de volta.